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O texto abaixo é uma paráfrase, em forma narrativa, do Salmo 39.
Angustiado, Davi disse:
– Quando um pecador estiver diante de mim, não vou falar nada. Assim não me arrisco a pecar.
Contudo, quanto mais o tempo passava, mais sua angústia crescia e sequer da bondade de Deus Davi falou. Seu peito ardia em dor, pranto, sufocado por uma dor indizível. Até que, não suportando mais, ele perguntou a Cristo:
– Quanto tempo ainda viverei?
– Você é frágil. Ainda não percebeu? – disse-lhe o Nazareno – Por que quer saber quanto tempo tem de vida se diante de mim a existência do homem nada é? Por mais forte que o homem seja, ou pareça ser, sua vida diante de mim é apenas um sopro. Você quer calar-se diante de pecadores, mas não percebe que também é um pecador?!
– SENHOR, LIVRA-ME DAS DAS TRANSGRESSÕES QUE COMETI – gritou Davi – somente no Senhor há esperança para mim – disse, resignado – Se o Senhor quiser calar-me, calado ficarei. Antes, entretanto, deixa-me pedir-te uma coisa: tira de meu peito esta angústia. Entendi agora que também sou pecador. Tuas repreensões me abriram os olhos.
– Filho, finalmente entendeste algo – disse Jesus, fitando-o, atento, com um ar solene, mas com mansidão.
– Tu mostras aos homens – continuou Davi – que aquilo que achamos que é precioso, nada é. Pois nada somos além de sopro, sombra, pó. Concede-me alegria novamente. Gostaria de voltar a sorrir de novo, antes que eu morra.
Imagem: Sam, flickr.
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